A morte para os romanos era um homem
mascarado de lobo, um jogo tenebroso
entre o predador e a sua predadora.
Diz Ovídeo (para quem tudo é caça)
que o homem persegue a mulher, o deus
a ninfa, o cão a lebre: perseguem vestígios
que escapam a goelas e armadilhas.
De toda essa devastação sobra apenas
a figura do vento, a sua inconstante respiração.
A ninfa envelhece, a lebre escapa ao dente
e o homem violador fica subitamente
sem tesão. A morte é uma loba acossada,
uma caçadora, uma escrava e detentora
do seu eterno pó. Valha-nos a memória
dos frescos de Pompeia.
Sem comentários:
Enviar um comentário