« Viu então o abade que a neve desaparecia do solo como um tapete que se enrola, e a terra começou a reverdecer. Os fetos erguiam os brotos, enroscados como básculos de bispos. Bem depressa, um manto verde claro revestiu o tojo da colina e a murta dos charcos. Cresceram e ergueram-se os tufos de musgo e
as flores da Primavera rebentaram em botões vigorosos, já estriados de cores.
Quando o abade viu os primeiros sinais do despertar da floresta, o seu coração começou a bater descompassadamente.
-Quê! Ser-me-á dado, a mim, tão velho, ver este milagre!
E os olhos arrasaram-se-lhe de lágrimas.
Às vezes, a obscuridade era tão forte que ele temia vê-la vencer a luz.»
Selma Lagerlöf. A Lenda da Rosa do Natal. Tradução de Pepita de Leitão. Livros do Brasil, Lisboa., p. 118
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