poema de Ary dos Santos.
O BURGUÊSA gravata de fibra como corda
amarrada à camisa mal suada
um estômago senil que só engorda
arrotando riqueza acumulada.
Uma espécie de polvo com açorda
de comida cem vezes mastigada
de cadeira de braços baixa e gorda
de cómoda com perna torneada.
Um baú de tolice. Uma chatice
com sorriso passado a purpurina
e olhos de pargo olhando de revés.
Para dizer quem é basta o que disse
é uma besta humana que rumina
é um filho da puta é um burguês.
amarrada à camisa mal suada
um estômago senil que só engorda
arrotando riqueza acumulada.
Uma espécie de polvo com açorda
de comida cem vezes mastigada
de cadeira de braços baixa e gorda
de cómoda com perna torneada.
Um baú de tolice. Uma chatice
com sorriso passado a purpurina
e olhos de pargo olhando de revés.
Para dizer quem é basta o que disse
é uma besta humana que rumina
é um filho da puta é um burguês.
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