domingo, 17 de novembro de 2019

Do poema Green God do livro As Mãos e os Frutos:

«Trazia consigo a graça /das fontes quando anoitece./ Era um corpo como um rio/ em sereno desafio/ com as margens quando desce.//Andava como quem passa/ sem ter tempo de parar./ Ervas nasciam dos passos,/cresciam troncos dos braços/quando os erguia no ar.// Sorria como quem dança./E desfolhava ao dançar/o corpo, que lhe tremia/num ritmo que ele sabia/que os deuses devem usar.//E seguia o seu caminho,/porque era um deus que passava./Alheio a tudo o que via,/enleado na melodia duma flauta que tocava»

Eugénio de Andrade

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