«Aquilo que à partida se mostra, de um modo puramente fisionómico, é a rigidez do rosto, como
uma máscara, que é tanto adquirida como acentuada e aumentada através de meios exteriores,
como a ausência de barba, o penteado e um chapéu justo. Que neste carácter de máscara,
que desperta nos homens uma impressão metálica, nas mulheres uma impressão cosmética,
venha à luz um processo muito incisivo, pode-se concluir já de ele mesmo conseguir polir as
formas através das quais o carácter dos sexos se torna fisionomicamente visível. Não é por acaso,
diga-se de passagem, o papel que desde há pouco a máscara recomeça a desempenhar na vida
quotidiana. Ela aparece de modos variados em locais onde irrompe o carácter especializado do
trabalho, seja como máscara de rosto para o desporto e para altas velocidades, tal como a possui qualquer automobilista, seja como máscara de protecção no trabalho num espaço ameaçado por
radiações, explosões ou difusão de narcóticos.»
JÜNGER, Ernst. O trabalhador. Domínio e figura, op. cit., §13, p. 77.
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