Eu nunca poupo o meu coração:
nem na canção, nem na amizade, nem na dor,
nem na paixão...
Perdoa-me, querido. O que aconteceu, aconteceu
amargamente para mim. E apesar de tudo isso - sou feliz.
E aquele cuja falta ou apaixonada, inflamavelmente sinto
e aquele que teme imaginárias tragédias,
no espectro, na pequena sombra indigna.
Tenho medo...E apesar de tudo - sou feliz.
Permite estas lágrimas e estes suspiros,
se batem censuras, como ramos à chuva:
terrível completo perdão. Terrível
indiferença.
O amor não perdoa. E apesar de tudo - sou feliz.
Olga Bergolts. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 121/2
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