quinta-feira, 13 de agosto de 2015

«LINDSAY
Por amor de Deus, senhor Brown. Não me mate. Eu faço tudo o que quiser…

BROWN
Tudo, tudo, mesmo tudo?

LINDSAY
(uma ténue esperança na voz) Sim

BROWN
Tens a certeza?

LINDSAY
Sim, senhor Brown

BROWN

Bem, já vi que me vais tratar por senhor até à morte. Não há nada a fazer.»


                                                                    (...)


BROWN
Vês, Lindsay, das coisas que beijei, mas não vivi. Não te vivi. Hoje de mim só resta o desencanto. Ainda têm sal, as tuas lágrimas?

(Aproxima-se e torna a lamber as lágrimas de Lindsay)

BROWN
Curioso, já não tens o sal da vida nas tuas lágrimas. Se calhar é porque te sentes mais morta que viva…

LINDSAY
(a chorar cada vez mais) Não…não…não…»


Luís Afonso Nunes da Graça. “Meia Dúzia de Maldades”  - Peça de Teatro

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