domingo, 1 de dezembro de 2013

«Então ela endireitou as roupas e alisou o cabelo quando o dia começou a morrer, rolou para a esquerda, despreocupada do sol raso e da extensão que escurecia. O rapaz acordou cautelosamente para um sonho mais curioso, uma visão estival mais vasta do que a nuvem negra pousada no centro intacto ao cimo de uma coluna de luz; ele veio do amor atravessando um vento cheio de facas rodopiantes e uma gruta cheia de pássaros brancos-carne até uma nova cumiada, especado como uma pedra que enfrenta as estrelas a soprar e resiste à sem cerimónia do vento marinho, um rapaz duro e zangado em cima dum montículo no meio dum anoitecer campestre; ergueu o peito e disse palavras duras ao mundo.»



Dylan Thomas. Uma Visão do Mar e outros contos. Tradução de Nuno Vidal, 2ª edição,Vega, Lisboa,  p. 81
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