«Naquele Inverno tinha havido pouco peixe. A aldeia das
dunas tinha ficado despovoada. Os tectos de zinco e palha deixavam entrar a
chuva. Um dia, o mar invadiu a taberna. Eu bebia aguardente. Segurei-me a uma
mesa de junco, e conheci N. Andava nua nas noites de temporal. Os barcos
conheciam-na. O último olhar dos afogados ia para ela.»
Nuno Júdice. Poesia Reunida. 1967-2000 Prefácio de Teresa
Almeida. Publicações Dom Quixote, Lisboa., p. 65