«Eu também, patrão, tenho assim um diabo em mim e chamo-lhe Zorba. O Zorba de dentro não quer envelhecer, não envelheceu, nunca envelhecerá. É um comilão, tem os cabelos pretos como um corvo, trinta e dois dentes e um cravo vermelho atrás da orelha. Mas ao Zorba de fora deu-lhe a bolha, pobre-diabo, apareceram-lhe os cabelos brancos, tem rugas, está encarquilhado, os dentes caem-lhe e a grande barriga está cheia de pêlos brancos da velhice, de compridas crinas de burro.»
Nikos Kazantzaki. O Bom Demónio. Tradução de Fernando Soares. Editora Ulisseia, Lisboa,p. 159
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