« - Um tipo que faz uma coisa destas tem o seu quê de esquisito - disse a outra pequena com ardor. - Ele não quer ter complicações com ninguém.
- Quem é que não quer? - perguntei.
- O Gatsby. Já alguém me disse...
As duas pequenas e a Jordan juntaram as cabeças em confidência:
- Alguém me disse que ele, segundo parece, matou em tempos um homem.
Um arrepio atravessou-nos. Os três Srs. Entre-Dentes inclinaram-se a escutar avidamente.
- Eu acho que não é bem isso - aduziu Lucille com cepticismo -, mas sim que ele foi espião da Alemanha durante a guerra.
Um dos homens acenou a confirmar:
-Ouvi dizer mesmo a um sujeito que o conhece bem, foram criados juntos na Alemanha - disse, com positiva convicção.
- Oh, não, não podia ser! - disse a primeira pequena. - Ele esteve no exército americano durante a guerra! - E como a nossa credulidade se polarizasse nela, continuou com fogosidade:
- Olhem-no bem quando ele não notar que o estão a observar: aposto que já matou alguém!»
F. Scott Fitzgerald. O Grande Gatsby. Prefácio e tradução de José Rodrigues Miguéis, 2.ª edição, Lisboa, 1986, p. 63
segunda-feira, 18 de julho de 2011
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