«Mas o meu marido recusava-me qualquer ensejo de o adorar. Aí residia a sua grandeza. Aqueles que exigem absoluta devoção por parte das mulheres, como um direito que lhes é devido, não passam de cobardes. Tal exigência é uma humilhação para ambos.
O seu amor por mim era uma tal enxurrada de riqueza e dedicação que parecia ultrapassar todos os limites. Mas eu precisava mais de dar do que receber, porque o amor é um vagabundo e, às vezes, as suas flores desabrocham melhor na poeira das bermas da estrada do que nas jarras de cristal nas salas.»
Rabindranath Tagore. A casa e o mundo. Trad. de Fernanda Pinto Rodrigues. Minerva de Bolso. 1ª ed., 1973, p. 9/10
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