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sexta-feira, 1 de abril de 2011

«Cada palavra, cada gesto eram previsíveis...

«Cada palavra, cada gesto eram previsíveis, assim como tudo naquela guerra, que durava há tantos anos; cada encontro, cada duelo, conduzidos sempre segundo aquele cerimonial, sabendo-se hoje quem é o vencedor de amanhã, quem é o vencido, quem será o herói, quem será o cobarde, quem se fará estripar e quem conseguirá salvar-se depois de ter sido lançado por terra, para fora do arção. Nas couraças, à noite, à luz das tochas, os martelos batiam sempre as mesmas amolgaduras.



Italo Calvino. O Cavaleiro Inexistente. Tradução de Fernanda Ribeiro. Editorial Teorema, Lisboa, 1998. p. 8

terça-feira, 25 de janeiro de 2011


«Primeiro falou o velho. Depois a mulher. Em seguida falou de novo o velho. Depois, de novo a mulher. Enquanto ela falava, devo ter adormecido, sem, no entanto, fenómeno realmente singular, perder a sequência da narrativa, como se aquela voz surgisse do mais profundo de mim mesmo. Quando o dia clareou e eu despertei, o velho voltou a falar.»


 Ignazio Silone. Fontamara, op. cit., p. 26.

Fontamara

«Não haveria nada mais a se dizer sobre Fontamara, se não tivessem ocorrido os estranhos acontecimentos que estou para contar. Lá vivi os primeiros vinte anos da minha vida e não saberia mais o que lhes contar». .


«[...] por vinte anos a mesma terra, as mesmas chuvas, o mesmo vento, a mesma neve, as mesmas festas, as mesmas comidas, as mesmas angústias, as mesmas penas, a mesma miséria: a miséria recebida dos pais que haviam herdado dos avós, e contra o qual o trabalho honesto nunca serviu para nada.»



Ignazio Silone
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