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sábado, 9 de maio de 2020

«Que a violência dos meus sentimentos te não baste! Sê mais exigente!

 Ordena-me que morra de amor por ti! Suplico-te que me ajudes a vencer a fraqueza própria de uma mulher, e que toda a minha indecisão acabe em puro desespero. »


Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.

«Não sei o que sou, nem o que faço, nem o que quero; estou despedaçada por mil sentimentos contrários. Pode imaginar-se estado mais deplorável? Amo-te de tal maneira que nem ouso sequer desejar que venhas a ser perturbado por igual arrebatamento. Matar-me-ia ou, se o não fizesse, morreria desesperada, se viesse a ter a certeza que nunca mais tinhas descanso, que tudo te era odioso, e a tua vida não era mais que perturbação, desespero e pranto. Se não consigo já suportar o meu próprio mal, como poderia ainda com o teu, a que sou mil vezes mais sensível? Contudo, não me resolvo a desejar que não penses em mim; e confesso ter ciúmes terríveis de tudo o que em França te dá gosto e alegria, e impressiona o teu coração.»

Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.
«Intentaste desvairar-me a sangue-frio; nunca olhaste a minha paixão senão como um troféu, o teu coração não foi verdadeiramente atingido por ela.  »

Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.

''De ti só quero o que te vier do coração, e recuso todas as provas de amor que tu próprio te possas dispensar. ''

Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.
 «Precisava, nesses deliciosos instantes, chamar a razão no meu auxílio para moderar o funesto excesso da minha felicidade e me levar a pressentir tudo quanto sofro presentemente. Mas de tal modo me entregava a ti, que era impossível pensar no que pudesse vir envenenar a minha alegria e impedir de me abandonar inteiramente às provas ardentes da tua paixão. »


Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.

''Nenhum alívio há para o meu mal, e se me lembro das minhas alegrias maior é ainda o meu desespero.''


Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.
«Só à cegueira com que me abandonei a ti posso atribuir tanta desgraça: não tinha obrigação de prever que as minhas alegrias acabariam antes do meu amor? »

Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.
«Reconheço que me enganei, ao pensar que procederias com mais lealdade dos que é costume: os excessos do meu amor parece que devia pôrme acima de quaisquer suspeitas e merecer uma fidelidade que não é vulgar encontrar-se.»

Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.
«Creio que faço ao meu coração a maior das afrontas aos procurar dar-te conta, por escrito, dos meus sentimentos. »

Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.

''Ama-me sempre, e faz-me sofrer mais ainda.''

Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.
«E tu, se tens algum interesse por mim, escreve-me amiúde. Bem mereço o cuidado de me falares do teu coração e da tua vida; e sobretudo vem ver-me.»

Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.
 «(...) agradava-me sentir que morria de amor, e, além do mais, era um alívio não voltar a ser posta em frente do meu coração despedaçado pela dor da tua ausência.»

Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.

Nem quero imaginar que me esqueceste.

«Nem quero imaginar que me esqueceste. Não sou já bem desgraçada sem o tormento de falsas suspeitas? E porque hei de eu procurar esquecer todo o desvelo com que me manifestavas o teu amor? Tão deslumbrada fiquei com os teus cuidados, que bem ingrata seria se não te quisesse com desvario igual ao que me levava a minha paixão, quando me davas provas da tua. Como é possível que a lembrança de momentos tão belos se tenha tornado tão cruel? E que, contra a sua natureza, sirva agora só para me torturar o coração? »


Sóror Mariana Alcoforado"Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.
 «Ai!, os meus estão privados da única luz que os alumiava, só lágrimas lhes restam, e chorar é o único uso que faço deles, desde que soube que te havias decidido a um afastamento tão insuportável que me matará em pouco tempo.
Parece-me, no entanto, que até ao sofrimento, de que és a única causa, já vou tendo afeição. Mal te vi a minha vida foi tua, e chego a ter prazer em sacrificar-ta. Mil vezes ao dia os meus suspiros vão ao teu encontro, procuram-te por toda a parte e, em troca de tanto desassossego, só me trazem sinais da minha má sorte, que cruelmente não me consente qualquer engano e me diz a todo o momento: Cessa, pobre Mariana, cessa de te mortificar em vão, e de procurar um amante que não voltarás a ver, que atravessou mares para te fugir, que está em França rodeado de prazeres, que não pensa um só instante nas tuas mágoas, que dispensa todo este arrebatamento e nem sequer sabe agradecer-to.»

Sóror Mariana Alcoforado; "Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.

''a convicção do abandono''

«Sem ter nenhuma inclinação religiosa, ela foi assim destinada a uma vida enclausurada, partilhando da sorte de muitas raparigas da sua época, que eram encerradas em conventos por decisão paternal.»

Sóror Mariana Alcoforado; "Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974. 
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