«Nem quero imaginar que me esqueceste.
Não sou já bem desgraçada sem o tormento de falsas suspeitas? E porque hei
de eu procurar esquecer todo o desvelo com que me manifestavas o teu amor?
Tão deslumbrada fiquei com os teus cuidados, que bem ingrata seria se não te
quisesse com desvario igual ao que me levava a minha paixão, quando me
davas provas da tua.
Como é possível que a lembrança de momentos tão belos se tenha tornado
tão cruel? E que, contra a sua natureza, sirva agora só para me torturar o
coração? »
Sóror Mariana Alcoforado; "Cartas Portuguesas". Europa-América, 1974.
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