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domingo, 12 de junho de 2022

 «(...) Abandonou-me. Cheguei a casa uma noite e já cá não estava. Deixou uma nota a dizer que se ia embora porque eu não tinha alma. E é verdade, não tenho alma - disse eu.

- O que é isso da alma? - pergunta Ángel.

- Não sei - digo eu.»

Juan José Saer. Cicatrizes. Traduzido do castelhano (Argentina) Pedro Miguel Mochila. Cavalo de Ferro, Lisboa, 2016., p. 212

segunda-feira, 25 de abril de 2022

 « Há três coisas que têm realidades na literatura: a consciência, a linguagem e a forma.»

Juan José Saer. Cicatrizes. Traduzido do castelhano (Argentina) Pedro Miguel Mochila. Cavalo de Ferro, Lisboa, 2016., p. 58

terça-feira, 19 de abril de 2022

Para encurralar a lebre, tem de haver um
    ponto mais à frente a partir do qual
a lebre não possa avançar;
para que fique cansada, tem de haver um campo
   através do qual tenha corrido;
para que tenha de morrer, tem de haver um
   sítio, em campo aberto, ou numa gruta de ramos,
   onde possa encontrar a sua morte.

Juan José Saer. Cicatrizes. Traduzido do castelhano (Argentina) Pedro Miguel Mochila. Cavalo de Ferro, Lisboa, 2016., p. 48

 «Pelas janelas do táxi via desfilar uma cidade escura, repleta de água.»

Juan José Saer. Cicatrizes. Traduzido do castelhano (Argentina) Pedro Miguel Mochila. Cavalo de Ferro, Lisboa, 2016., p. 47

 « Vi as estrelas movimentando-se e certa noite via a lua cheia de panteras e tigres desfeitos em pedaços e ensanguentado o céu inteiro em redor da lua.»

Juan José Saer. Cicatrizes. Traduzido do castelhano (Argentina) Pedro Miguel Mochila. Cavalo de Ferro, Lisboa, 2016., p. 41

 «(...), despia-me e sentava-me a fumar e a beber gim a pequenos goles. Deixava-me ficar ali até se começar a ver o primeiro lampejo de claridade diurna. Às vezes masturbava-me.»


Juan José Saer. Cicatrizes. Traduzido do castelhano (Argentina) Pedro Miguel Mochila. Cavalo de Ferro, Lisboa, 2016., p. 21

 «Ouvi dizer que, tais coisas, Tomatis não as fazia por distracção, mas simplesmente por ser um filho da puta.»

Juan José Saer. Cicatrizes. Traduzido do castelhano (Argentina) Pedro Miguel Mochila. Cavalo de Ferro, Lisboa, 2016., p. 20

« Vai-se ver e não está a pensar em nada: vai-se a ver e até as mamas desapareceram e agora não têm nada lá dentro, texturas somente, as paredes negras, áridas, corroídas pela ferrugem de velhas memórias e pensamentos, um negror  húmido, verde-escuro, sem quaisquer zonas iluminadas, nem o eco da luz pálida nem o do som brumoso que é o horizonte de ruído que rodeia o cone iluminado pelo candeeiro cuja luz se desdobra sobre a mesma de bilhar,(...)»

 Juan José Saer. Cicatrizes. Traduzido do castelhano (Argentina) Pedro Miguel Mochila. Cavalo de Ferro, Lisboa, 2016., p. 13

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