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domingo, 4 de outubro de 2020

“onde ascendem os populismos e os totalitarismos”

"O Ano da Morte de Ricardo Reis": filme de João Botelho

sábado, 9 de maio de 2020

“Ontem vimos, hoje não vemos, amanhã veremos, com uma ligeira entoação interrogativa no terço final da frase, como se a prudência, no último instante, tivesse decidido, pelo sim, pelo não, acrescentar a reticência de uma dúvida à esperançadora conclusão.”

― José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira

terça-feira, 24 de março de 2020

sábado, 19 de janeiro de 2019

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

«Mas não subiu para as estrelas se à terra pertencia.»

José Saramago in Memorial do Convento
«O que eu não posso aceitar, e isso é visceral, é que o capitalismo seja solução dos problemas do homem. Criará grupos, estratos, camadas prósperas, e criará desfavorecidos, misérias, carências, porque vive à custa dessas misérias e carências.»


Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p 22/23
Clara Ferreira Alves «O escritor toma para si liberdades que são a substância da criação, e comporta-se, na invenção do seu mundo, como Deus. Este é o evangelho segundo Saramago...»


Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.

«No meu caso, o alvo é Deus»

José Saramago

sábado, 5 de novembro de 2016

“É dessa massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade”

José Saramago

domingo, 19 de junho de 2016



"Nós estamos a assistir ao que eu chamaria a morte do cidadão e, no seu lugar, o que temos e, cada vez mais, é o cliente. Agora já ninguém nos pergunta o que é que pensamos, agora perguntam-nos qual a marca do carro, de fato, de gravata que temos, quanto ganhamos..."

José Saramago, El Mundo (1998)

quinta-feira, 24 de março de 2016

''A vida ri-se das probabilidades e põe palavras onde imaginamos silêncios e súbitos regressos quando pensávamos que não nos voltaríamos a encontrar.''

José Saramago

sábado, 6 de fevereiro de 2016

"É necessário sair da ilha para ver a ilha.
Não nos vemos se não saímos de nós"


José Saramago

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

«(...), não compreenderam nada, já compreenderam tudo.»


José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 113
JOSEFINA
(Insinuante)


«(...) O Torres, imagine-se, com a cara que tem, de quarta-feira de Cinzas, a rir-se.»



José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 64

VOZ DO LOCUTOR

Grândola, vila morena / Terra da fraternidade /
O povo é quem mais ordena / Dentro de ti, ó cidade

(Ranger forte das botas na terra. A voz de José Afonso começa a cantar.)


VALADARES

(Que primeiro pareceu aturdido, vem à boca de cena,
         desvairado, tapando os ouvidos)

Desliga-me isso!

(É um grito de quem não sabe, seria o grito de quem soubesse.)

(Corte súbito de som. Escuridão.)



FIM DO PRIMEIRO ACTO



José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 58
TORRES
(Interrompendo)

  A primeira coisa que vai já registar ma sua memória, e definitavmente, é que já não preciso da sua pena para nada. E é só porque eu hoje me sinto benevolente, que não lhe faço engolir doutra maneira a palavrinha. Ande lá, e não repita. (Pausa.) A segunda coisa é que não me deu nenhuma novidade quando me disse que sou um homem. Devo dizer-lhe, muito em confidência, que tenho reparado. Sou-o desde que nasci, mas, felizmente, creio que não me contentei com os sinais exteriores: dei um jeito para ser um bocadito mais homem quando comecei a pensar.

VALADARES

O assunto é outro, com menos literatura. Não se ponha a divagar.

TORRES

Tem toda a razão, o assunto é outro. Se sou redactor da província, se escolhi ser redactor da província, se Vocês todos ficaram felicíssimos porque eu decidi ser redactor da província, a razão é não querer eu escrever uma linha só que seja que, directamente ou indirectamente, faça o joguinho do regime, pois é para isso que existe este jornal...

VALADARES
(Ironia fácil)

Que lhe paga...

TORRES

Mais uma vez tem razão. Parabéns. Mas acontece que o único dinheiro que recebo é o que no fim do mês vou buscar lá abaixo, à tesouraria. Nem mais um tostão. Nem tenho cheques de embaixada, nem gratificações especiais e secretas de ministérios, nem sobrescritos misteriosos, nem outras ajudas de custo que não sejam as fixadas no regulamento do jornal, etc., etc., etc. E não desejo outra vida.

VALADARES

Você está a fazer insinuações?

TORRES

Vejo que não me compreendeu. Estou a fazer afirmações.

VALADARES

Se é a mim que pretende atingir...

TORRES

Sentiu-se atingido? Se se sentiu atingido, teme a afirmação como tendo que ver consigo. De qualquer maneira, não faltará  por aí quem enfie esta carapuça e outras que eu não disse. (Mudando de tom.) Ouça, Valadares, esta conversa é estúpida, e eu embirro com conversas estúpidas. Nem eu lhe estou a dar novidades, nem Você a mim. Diga aonde quer chegar, e acabemos com o paleio...




José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 48/9

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

«Politicamente, é um erro queimar pontes que não temos a certeza de não precisar a vir a passar.»



José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 37
TORRES
(Tranquilamente, para Cláudia)


    Se há coisas que eu aprecie, é o espírito, a ironia subtil, o humor intelectual.


CLÁUDIA

(Compreendendo)



Eu também, mas não tenho muitas oportunidades. Talvez o defeito seja meu, não alcanço...



José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p.28/9
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