«Robert Walser sabia: escrever que não se pode escrever também escrever. Entre
os muitos empregos subalternos que teve-balconista de livraria, secretário de
advogado, bancário, operário em uma fábrica de máquinas de costura e,
finalmente, mordomo em um castelo da Silésia —, Robert Walser se retirava de
vez em quando em Zurique, para a Câmara de Escrita para Desocupados (o
nome não pode ser mais walseriano, mas é autêntico) e aí sentado em uma velha
banqueta, ao entardecer, à pálida luz de um lampião de querosene, servia-se de
sua graciosa caligrafia para trabalhar como copista, para trabalhar como
“bartebly”.»
VILA-MATAS, Enrique: Bartleby & Companhia: São Paulo: Cosac & Naify, 2004., pp. 11/2.
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