quarta-feira, 11 de março de 2015
«T: Então o que é que queres? Foder?
Ou queres que te bata?
L: Eu quero qualquer coisa real!
T: Então vou começar a gritar: estúpida e fedorenta de
merda
cona nojenta
puta de puta
puta cancerosa
racha pestilenta
balde de cancro
rio de aftas
porque é que não pões o dedo no iogurte
e o metes depois pela cona acima
para poderes finalmente ver-te livre desses fungos
e nós podermos, finalmente, dar mais uma queca!
E depois começas tu a gritar para mim:
Estupor de merda, cara de merda...
L: Eu é que decido o que te quero gritar,
mas eu não te quero gritar mais nada
porque estaria a desperdiçar o meu tempo e a minha
voz
T: Nem sequer tens voz
L: Caralho!
T: OK
Cona!»
Gerardjan Rijnders. Buraco Negro. Campo das Letras, 1999, p. 169/170