NUIT CHEZ MAUD
"A água estava tão fria que, momentos depois, Maud já não sentia os dedos. Retirou a mão e pousou-a na erva espessa que, por contraste, lhe pareceu tépida.
No silêncio que reinava perto do rio, ouviu o barulho dos seus próprios soluços. Pouco depois, quis dobrar as pernas; doeram-lhe; e aconteceu o mesmo quando quis levantar-se. Por isso, com cuidado, encolheu-as, em direcção à concavidade que fazia o corpo curvado, e achou que o movimento tinha uma certa doçura, foi como se tivesse pena de si própria."
No silêncio que reinava perto do rio, ouviu o barulho dos seus próprios soluços. Pouco depois, quis dobrar as pernas; doeram-lhe; e aconteceu o mesmo quando quis levantar-se. Por isso, com cuidado, encolheu-as, em direcção à concavidade que fazia o corpo curvado, e achou que o movimento tinha uma certa doçura, foi como se tivesse pena de si própria."
Marguerite Duras. Os Insolentes.