«O Basilisco reside no deserto: ou melhor, cria o deserto. Aos seus pés caem mortos os pássaros e apodrecem os frutos; a água dos rios em que bebe fica envenenada durante séculos. Plínio declarou que o seu olhar parte as pedras e queima o pasto. O cheiro da doninha mata-o e na Idade Média dizia-se que era o canto do galo. Os mais experimentados viajantes levavam galos consigo para atravessar regiões desconhecidas. Uma outra arma era um espelho, porque o Basilisco cai fulminado com a sua própria imagem.»
Jorge Luis Borges; Margarita Guerrero. O livro dos seres imaginários. Trad. Serafim Ferreira, Editorial Teorema, Lisboa, 2ª ed, 2009p. 34