segunda-feira, 12 de julho de 2010

«Poe tem do mundo a visão de um homem com os sentidos perturbados, em ebulição. O mundo é para ele como o espaço para o comedor de ópio. Para o escravo do ópio, o mundo surge ampliado, expande-se para além do ilimitável, acrescentando-se-lhe uma extensão interior, ou uma espécie de alma. Há uma sensação de superabundância no êxtase. E uma dor... Assim, para os olhos de Poe, o louco, o mundo é dilatado, horrível. A sua vida é a de um sonhador.»
Fernando Pessoa


Edgar Allan Poe. Obra Poética Completa. Trad. Introdução e notas de Margarida Vale de Gato. Ilustrações de Filipe Abranches. Tinta da China, Lisboa, 1ª ed. 2009.

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