quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Conduz a vaga luz aos meus dedos, no secreto e íntimo adorno dos cachos nas vinhas,
enquanto flores brancas são lançadas no leito dos rios;

atravessa-me!, com a espada dos teus olhos, ou, junto destas margens na hora que silencia
o canto dos pássaros, traz-me essa Eternidade que ceia nos pinheirais, nas heras desoladas, que extinguem alento pelos muros; [e, ninguém consegue subir ao cume das planícies, a menos que tenha na alma, a genialidade dos Grandes.]

Mal oiço os passos, desse vulto que se ergue das sombras, depois de uma longa estação triste.
Tocadas pelo vento de Zéfiro, as pálpebras desprendem a música - atracção fértil de um grão de areia que na duna avista o mar...e, lívida a solidão que volve nas antecâmaras onde adormeço os meus sonhos.

De novo voltou, esse relâmpago que com raiva rasga os céus que ilumina;
a minha carne desencantada ondeia a música do teu respirar lagarto estendido ao sol

Dormente o meu gesto, fica parado sonhando saber tocar-te,
e prefere as noites longas de escrita a ter o coração perto da tua boca.
Ser-nos o vislumbre, a cerca que precisamos para abrir as cartas que trazes nos dedos -
ilusão caída - e, é tão urgente ver a vida morrer na mão que prende o seio.

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