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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016


«Tivera as melhores intenções e fora tratado como um cão - um verdadeiro cão. Mas ela havia de se arrepender um dia, talvez quando já fosse tarde de mais. Se ele ao menos pudesse morrer «temporariamente»!


Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p. 72
« - Oh! Tom! Então não é a primeira vez que estás noivo?
 Vendo-a chorar, Tom desculpou-se:
-Não te apoquentes, Becky! Eu já não gosto dela.
-Gostas, gostas. Sabes perfeitamente que sim, Tom.
  O rapaz tentou passar-lhe o braço em volta do pescoço, mas ela empurrou-o e, virando a cara para a parede, continuou a chorar. Tom tentou de novo, dizendo-lhe palavras meigas, mas continuou a ser repelido. Então, cedendo ao seu orgulho, muito mal disposto, olhando para a porta de vez em quando, à espera de que se arrependesse e fosse ter com ele. Não a vendo aparecer, pensou que podia ser injusto, e teve vontade de fazer nova tentativa de paz. Decidiu e entrou. Becky estava ainda sentada ao canto, a soluçar, de cara para a parede. Tom aproximou-se dela e ficou um instante com o coração confrangido, sem saber o que fazer, até que disse:
-Becky, não me dizes nada?
Mais soluços.
Tom tirou do bolso a sua melhor jóia, a maçaneta de metal de uma tenaz, e passou-a em volta dela para que a visse, dizendo:
-Não queres aceitar isto, Becky?
Ela atirou o presente para ao chão e Tom saiu da escola no propósito de lá não tornar naquele dia.
  Pouco depois, Becky suspeitou da sua intenção. Correu à porta, mas não o viu. Deu a volta ao pátio e, quando se convenceu de que não estava ali, chamou:
-Tom! Vem, Tom!
 Escutou atentamente, mas não teve resposta. À sua roda tudo era silêncio e solidão. Arrependida do que tinha feito, sentou-se e continuou a chorar, mas nessa altura já os outros alunos estavam de volta. Teve de esconder o seu desgosto e calar os lamentos do seu coração, carregado com a cruz de uma triste e longa tarde entre estranhos, sem ninguém com quem desabafar a sua tristeza.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p. 68/9

domingo, 3 de janeiro de 2016

UMA CARRAÇA CORREDORA E UM DESGOSTO

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p. 63
«Então sentiu o coração despedaçar-se, teve ciúmes, zangou-se, chorou e odiou toda a gente. Tom era o mais detestado, pensava ela.»
Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p. 40

«Uma certa Amy Lawrence desapareceu do seu coração sem deixar atrás de si o mais leve rasto. Pensara amá-la até à loucura, julgara a sua paixão uma espécie de idolatria, e agora via que não passava de uma simples inclinação. Levara meses a conquistá-la e, quando, uma semana antes, se decidira a aceitá-lo, julgara-se o rapaz mais feliz do mundo. Acontecera isto há uns escassos sete dias quando, ali, num instante, ela deixou de fazer parte da sua vida, como uma estranha que tivesse passado por ela.»

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p. 26

FEITOS DE GUERRA E AMOR

Mark Twain. As Aventuras de Tom Sawyer. Círculo de Leitores., p. 24

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A seguir, Andrew afastou-se a coxear, deitou-se e morreu.

«Depois, de repente, Andrew ferrava os dentes numa das patas traseiras do inimigo e nunca mais o largava. Não lhe dava dentadas, compreende? Não; somente não o largava durante o tempo que fosse necessário e pelo menos até os espectadores declararem o combate acabado. Quanto a Andrew, seria capaz de se aguentar um ano, se fosse preciso.
    Smiley ganhou todas as apostas que fez com este cão, até ao dia em que se lhe deparou um cão que não tinha as patas traseiras, as quais lhe haviam sido cortadas por uma serra circular. Quando o combate já durava há algum tempo e as apostas já tinham subido muito, o buldogue lançou-se sobre a presa favorita, mas percebeu imediatamente que o haviam enganado e que estava à mercê do adversário. Pareceu surpreendido e , desencorajado, não fez qualquer outra tentativa para vencer, nem sequer se defendeu e foi severamente derrotado. Lançou a Smiley um olhar triste, como que para lhe dar a entender que tinha o coração despedaçado, e por culpa do dono, que o tinha feito combater com um cão que tinha as patas traseiras, o seu alvo principal num combate. A seguir, Andrew afastou-se a coxear, deitou-se e morreu. Era um bom cão, esse Andrew Jackson. Se tivesse vivido mais tempo, teria sido famoso, pois possuía estofo e génio.
 
 
Mark Twain. Contos Humorísticos Anglo-Saxónicos. Edições Amigos do Livro, Lisboa., p. 16/17

The Mysterious Stranger

sábado, 19 de abril de 2014

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