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domingo, 27 de dezembro de 2015

«Queria dizer-te como me sinto agora humilde e infeliz na bruteza do meu ser.»

Corpus de
“em nome da terra”
de Vergílio Ferreira,
6ª edição, Bertrand, 1994., p. 11
«Era um momento excessivo em que talvez Deus aparecesse. Era um desses instantes em que tudo oscila e é demais e só é plausível matarmo-nos. Não havia em nós humanidade bastante, era plausível. Estávamos tremendamente ao pé um do outro como nunca, e isso era terrível.»

Corpus de
“em nome da terra”
de Vergílio Ferreira,
6ª edição, Bertrand, 1994., p. 11

«...como era da nossa obrigação... era uma noite de verão...Caminhávamos à beira-rio e éramos imensos. Gostava de saber agora bem o que éramos.»


Corpus de
“em nome da terra”
de Vergílio Ferreira,
6ª edição, Bertrand, 1994., p. 11
«Não sei amar-te aí, é o caso. Porque só se pode amar na perfeição, depois o amor perde o nome e é outra coisa. Devias ter morrido quando te conheci, para ser impossível morreres. Devias ser tudo então para não haver mais nada depois.»


Corpus de
“em nome da terra”
de Vergílio Ferreira,
6ª edição, Bertrand, 1994., p.10
«Ponho-me a lembrar o que passou e o que me lembra é só a tua presença forte ao pé de mim.»

Corpus de
“em nome da terra”
de Vergílio Ferreira,
6ª edição, Bertrand, 1994., p.9

''O que é grande acontece no eterno e o amor é assim...''

Corpus de
“em nome da terra”
de Vergílio Ferreira,

6ª edição, Bertrand, 1994., p.9


sábado, 26 de dezembro de 2015

''Quantas vezes vos perguntastes porque é que o meio milhão que vos falta importa assim aos muitos que já tendes? Quantas vezes reparastes que existíeis? (...) Porque sois ignorantes e só vistes o que vos permitiram as testeiras com que a vida vos arreou.''

Vergílio Ferreira, in Em Nome da Terra
(...) – eu tocava-a e não era minha. (...) Mas agora ela estava diante de mim e eu tinha repugnância de a tocar porque era um pedaço de carne morta e eu não estava lá. Havia um mistério inquietante de um bocado do meu corpo não ser o meu corpo e eu ser eu no corpo que ainda tinha e não o ser já no pedaço que já o não era. A perna, o pé, os dedos tinham sido eu quando andava e os movia.

Vergílio Ferreira, in Em Nome da Terra
''Vi o homem inteiro estendido numa cama. Estava podre. Devia cheirar mal. Mas era humano na sua lixeira como eu de perna cortada um pouco acima do joelho a equilibrar-me mal no estupor das muletas.''

Vergílio Ferreira, in Em Nome da Terra
''A opressão dos outros era um modo de te dizerem que existias. Que é que te existe por fim num corpo em farrapos? Que é que te resta para pensares que estás em ti? E é só por isso que te lembro meu irmão. Não sei se isso te ofende, mas é assim. (...) E num pouco de divindade que puder ser.''

Vergílio Ferreira, in Em Nome da Terra
''Mas nunca vos perguntais para quê, nunca vos perguntais o que isso quer dizer, nunca vos perguntais com que direito haveis de ser boi até ao fim da vida. Parai, ó estúpidos, suspendei um momento esse vosso trabalho animal e perguntai-vos se é essa a vossa vontade, se num instante da vossa tarefa cavalar é isso com que sonhais para vosso prazer. Porque é que não fazeis aquilo que quereis?''

Vergílio Ferreira, in Em Nome da Terra

“fico à margem da história das principais festividades literárias”

O Caminho fica Longe

1943
Vergílio Ferreira
“Só para ter existido valeu a pena existir. A maior recompensa de vida é ela própria. Creio que em tudo o que disse não disse afinal outra coisa. Creio que de tudo o que me fascinou nada me fascinou mais do que a vida, o seu mistério, inesgotável maravilha. Dou o balanço a tudo quanto me acontece, e a vertigem de ter vivido absorve e aniquila o que aí falou e mentiu. Foi bom ter nascido. Foi bom ainda não ter acabado de nascer...”


Vergílio Ferreira, In Conta Corrente, Venda Nova: Bertrand Editora
«Anteontem, meia hora depois do enterro do irmão, Vergílio Ferreira soçobrava, em Lisboa, a uma crise cardíaca. Foi o adeus derradeiro do homem que tratava “a morte por tu” e que morreu a escrever.»

notas do Jornal de Notícias do dia 3 de Março de 1996

Onde Tudo foi Morrendo

''Não preferi a minha arte: calhou-me. Ou talvez que seja essa a sorte de todas as preferências: escolhe-se sempre o que nos coube, ou seja o que se é. Mas a verdade é que, se na escolha se escolhesse, escolheria a pintura.''


Vergílio Ferreira
“Toda a biografia é uma rede de sinais que apontam o vazio do que jamais poderemos saber. Mas é nesse vazio que falta que está a razão do que chegou até nós.”

Vergílio Ferreira

Uma esplanada sobre o mar

escrita vergiliana

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