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domingo, 7 de dezembro de 2014



«Agora, é o pintor - chamemos-lhe Mário - que tenta meter-se nesta história. É um belo homem, um pouco sentimental para mim. Tem a gentileza dos fracos. É a pior. Estão prontos a ceder a tudo para serem agradáveis. Enerva-me. Pinta pássaros e mulheres sem cabeça.»



Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 144

«O meu juízo não cessa de me repetir que seja paciente, que espere em silêncio ao fim de qualquer coisa de que ignoro a natureza e a finalidade. Então aguardo, no interior de mim mesmo, dentro desta velha carcaça gasta e espezinhada pelos outros.»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 143

«É uma loucura tudo o que digo a mim mesmo desde que decidi não falar mais.»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 142

«Eu não devo estar aqui. Que me ponham no meu lugar, onde já não terei necessidade de sonhar e de esperar.»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 140/1

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

«Já não pensava.»

«Com o tempo, acabaste por saber. Não dizes nada. Quando me falas baixas os olhos, como se escondesses um sentimento. Tento captar o teu olhar e retê-lo o mais tempo possível...»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 137
«Kniza! Assim te chamarei, menos para evocar o tesouro escondido na montanha pelo trisavô que, porque esse nome parece, quando o desenho ou quando o ouço no escuro, o teu olhar quando não compreendes uma palavra ou um gesto e os teus olhos piscam docemente com essa ironia em busca de cumplicidade. Gosto deste nome como do travessão que conservas nos teus cabelos como um penhor da infância,  neste dia dos teus vinte anos em que tentas dar ao teu rosto a expressão de uma gravidade que pretende ser desespero. Aí, sentada nesse velho cadeirão, com as pernas dobradas seguras pelas tuas mãos, iluminadas por um raio de sol. Olho-te nesta doçura das coisas e do lugar sem me aproximar demasiado, com medo de incomodar os teus pensamentos que se empurram para se tornarem imagens de um sonho inventado, sem mesmo se debruçar para ouvir as vozes daquele que te faz sorrir.»

Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 135/6

«as minhas noites reúnem-se nessa solidão para enlaçar este corpo vazio»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 133

«O amor teria um rosto como o tempo, a melancolia ou o medo. Eu vivia com aquele rosto ainda vazio.»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 130
«Agora, as minhas ilusões mudaram. Voltei a França, não para aprender a viver, mas para aprender a amar.»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 130

« o barulho das árvores»

«Aproximei-me dela, tomei-lhe o rosto nas mãos e tentei ler nos seus olhos. Estavam vazios como uma casa abandonada.Tinha as mãos frias. Falei-lhe; ficou impassível.»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 123
«Estava de olhos baixos a ouvi-la. Beijei-lhe as mãos e, sem dizer nada, adormeci encostada a ela.»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 124

«aprende o movimento das estrelas»

«Desconfia das aparências, das imagens e dos reflexos na água. Tudo isso passará. Só te restará um canto no coração da terra em que viste o dia.»



Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 123

«Não tinha ninguém com quem falar, a quem se confiar. Só a avó a amava, mas começava a perder a memória e tomava-a por outra.»

Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 122

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

«Olhava o mundo e não o amava.»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 119

«Aquele regresso foi uma prova dolorosa. Conheci o tédio e o isolamento. Restringira-me a um mundo a que ninguém tinha acesso e, também eu, me pus a esperar. Esperar o fim da licença para retomar a estrada, partir sem olhar para trás e nunca mais voltar.»




Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 119


«Aquelas rochas de espera e do esquecimento, deviam fasciná-los. Delas brotariam outras vidas, outros destinos armados de pedras, de tufos de erva seca, de raiva e de loucura. As montanhas vigiavam-nos, olhavam para eles noite e dia, sem impaciência, sem nada perderem da sua violência silenciosa. Também elas esperavam.»



Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 118/9

«A coisa que eu chamava cão-do-mar, lobo-das-estepes, raposa-dos-baldios corria nas trevas seguida por um sopro frio que me dava arrepios.»


Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 115
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