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domingo, 18 de maio de 2014

«O homem absurdo não se suicidará: quer viver, sem abdicar de nenhuma das suas certezas, sem dia seguinte, sem esperança, sem ilusões, e também sem resignação. O homem absurdo afirma-se na revolta. Fixa a morte com uma atenção apaixonada e esta fascinação liberta-o: conhece a «divina disponibilidade» do condenado à morte. Tudo é permitido, visto que Deus não existe e visto que se morre. Todas as experiências são equivalentes, convém somente adquirir a maior quantidade possível delas.»

Introdução de Jean-Paul Sartre ao livro O Estrangeiro de Albert Camus. (p. 11)

domingo, 28 de abril de 2013

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Inês
(...) Eu sou perversa.


Garcin
Sim. Eu também sou.


Inês
 Não, você não é perverso, você é outra coisa.



Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 92

ESTELA

«Ah! sim, por dentro...Tudo o que se passa na cabeça é tão vago que me dá sono. (Um tempo). Tenho no meu quarto de dormir seis enormes espelhos. Estou a vê-los. Mas eles não me vêem. Reflectem a «Causeuse», o tapete, a janela...Como é vazio um espelho que não reflectia minha imagem. Enquanto falava procurava sempre a maneira de ter um espelho onde me pudesse ver. Falava e via-me falar. Via-me como os outros me viam e isso mantinha-me viva. (Com desespero). O meu bâton? Tenho a certeza que o pus mal. Não posso ficar sem espelho para a toda a eternidade.»



Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 92
Garcin

«Compreendo muito bem que a minha presença a incomode. Pessoalmente, também preferia estar só. Necessito de pôr a minha vida em ordem e tenho absoluta necessidade de me concentrar. Mas estou certo que nos poderemos habituar um ao outro; não falo, não me mexo e faço pouco barulho. Simplesmente, se me permite dar-lhe um conselho, precisamos de conservar entre nós uma grande delicadeza. Essa será a nossa melhor defesa.»





Jean Paul-SartreA Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 72
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