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quarta-feira, 11 de março de 2015


RITA

Acordei
Como se toda a noite
Tivesse chorado
Não consigo lembrar-me de nada
Nenhum sonho nenhum farrapo nenhuma imagem
Mas foi como se eu
Tivesse chorado toda a noite
Deve ter sido o teu sonho


Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 59

terça-feira, 10 de março de 2015


«RITA
Uma verdadeira tragédia?

RICHARD
Ou uma tragédia representada
As catástrofes possuem frequentemente uma grande
        dose de beleza?

RITA
Verdadeiras catástrofes?

RITA
A indiferença ajuda.

RICHARD
Porque é que eu diria uma coisa dessas?

RITA
Mas tu não o dizes
Tu dizes isso no palco
Ou querias verdadeiramente dizê-lo?»


Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 36

RICHARD
Mas isso é um filme
Ou imagina
Nós não somos nós
Nós não estamos aqui
Mas num palco
Actores
E eu digo-te 
Tu não tens uma cona
Tu tens um extintor


Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 35

RICHARD

Não
A impotência tem qualquer coisa de belo
Nós dizemos ''merda''
Eles dizem ''Heil Hitler''
Nós chamamos a isso ''vulnerável''
Eles ''Medo''
Um hotel vazio e belo


Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 33

RITA

Isso é inveja
Ou impotência
Depressão
A inocência tão-pouco
A inocência não pode ser feia

RICHARD

Muitas vezes estúpida e ensebada
De se calcar aos pés
Freiras amargas
Bebés ranhosos
A compaixão nada tem a ver com o belo.

RITA

A compaixão não pode ser feia.

Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 28/9

''uma paz de papel de parede com flores.''

Gerardjan Rijnders. Belo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 24
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