Mediterrâneo
de Gastão Cruz
de Gastão Cruz
O poeta grego não aceita
o envelhecimento e gostaria
de morrer antes que o torne a decadência
alguém que não desejaria ser
Diz-me isto a uma luz de fim do dia
num jardim: muito perto,
de um azul
sempre recomeçado, o mar de sete,
antes por entre os túmulos
revisto quando no sol da tarde
procurava o de Paul Valéry:
ah meu amigo o mar conserva novo
o azul por um poeta olhado outrora,
e também o mar grego, que disseste
banhar os cemitérios
mais impressivamente do que este,
depois de nós continuará a ter
o mesmo azul da vida que nos há́-de perder

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