Maria Velho da Costa,1977 , Casas Pardas, obra-prima de filigrana intertextual
'' Suster como a branda cabeleira das árvores ferradas à terra sustêm a seiva e a aragem. Suster o desejo do par. Pelos caminhos menos retos prosseguirá a errância sem enlace aparente. Sobre o rastro vêm inscrever-se os mais antigos sinais de toda a trama e a perseguição. Eles derivam sobre o trilho esquivo da promessa impraticável, absortos como os deuses numa esperança mortal. Na provação sem palavras, indesistentes, eles são criados homem e mulher; silentes sob a garra e larguíssimo voo das grandes aves, do costume que agoniza, da lenda tão antiga de uma reparação que sangre. Contemplai como é povoado de trilos simples e cristais da memória dos povos o deserto do amor crescente, a travessia da culpa repartida, desigual. ''
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