quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

 Não posso dar-te mais nada
O resto é o mesmo silêncio.
Ainda que a melancolia seja a flor de neve
derretida nos dedos
Ainda que os dedos sejam coroa de vento
atirada do alto da montanha.
Beijo-lhe o rosto e os veios que são veias
Para atravessar a última Alegria.
A indiferença de tudo
É a flor mais voraz
É em nós que deus mora ou se ausenta
Para dizer ao coração que a pedra
É o lugar onde começa o mar.

Maria Sarmento

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