sábado, 23 de janeiro de 2021

''Depois do gozo das primeiras letras partilhadas há muitos que ficam saciados e desistem. No seu caso, em que momento brotou a consciência de estar condenado a escrever?


Foi um percurso um bocado sonâmbulo. Era como a imaginação, não a controlávamos, aceitávamos a torrente e íamos sentados no lugar ao lado do condutor. Agora tenho evidentemente outra consciência dos processos, na altura era uma menina virgem entontecida pelo fulgor dos desejos. Olhe, e era o que admiravamos no White, aquele jorro, um improvisador nato, às vezes um bocadinho desagradável…mas tinha a centelha. Tudo isto é um bocado romântico, e acalmou, e ­às vezes dá saudade… São fases.''

Execto da entrevista de António Cabrita ao Poeta Pedro Mbate, na Revista Caliban


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