sábado, 28 de setembro de 2019

Era e não era
Andava na serra 
Lavrando na vinha
Com bois que não tinha
Chegou a notícia
Que o Pai era morto
E a sua Mãe por nascer
Pôs as pernas às costas
E deitou-se a correr.
No meio do caminho
Encontrou um pessegueiro
Carregado de avelãs
Subiu para cima
E colheu maçãs-
 - Que anda você a fazer
No faval alheio?
- Ando a colher pepinos
E a metê-los pró seio!
Atirou-lhe um troço de couve,
Bateu-lhe na testa,
Quebrou-lhe um joelho.

(Idanha-a-Nova)

Memórias de um povo. Poesia popular. Orientação e Compilação de Maria Antioneta Garcia. Centro Cultural da Beira Interior, Covilhã, 1982., p. 22

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