«(...) por vezes, quando de repente a tempestade dos martelos e das rodas que nos rodeia se silencia,
a tranquilidade que se esconde atrás da desmedida do movimento parece contrariar-nos quase
corporalmente, e é bom o costume do nosso tempo, para honrar os mortos ou para gravar na
consciência um instante de significado histórico, declara suspenso o trabalho por um intervalo de minutos, como por um comando supremo. Pois este movimento é uma alegoria da força
mais íntima, no sentido em que o significado misterioso de um animal se manifesta o mais
claramente possível no seu movimento. Mas o espanto sobre a sua suspensão é, no fundo,
o espanto sobre o ouvido julgar perceber, por um instante, as fontes mais profundas que
alimentam o curso temporal do movimento, e isso eleva este ato a uma dignidade de culto.»
Ernst Jünger
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