domingo, 26 de agosto de 2018

«A crítica do sujeito tampouco equivale à destruição do poeta ou do artista, mas da noção burguesa de autor. Para os românticos, a voz do poeta era a de todos; para nós é rigorosamente a voz de ninguém. Todos e ninguém são equivalentes e estão a igual distância do autor e de seu eu. O poeta não é “um pequeno deus”, como queria Huidobro. O poeta desaparece atrás de sua voz, uma voz que é sua porque é a voz da linguagem, a voz de ninguém e de todos. Seja qual for o nome que demos a essa voz – inspiração, inconsciente, casualidade, acidente, revelação –, é sempre a voz da outridade. »

Octavio Paz, 2013

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