«Há escritores aviltados, perigosos bobos, intrujões às dúzias, sombrios mistificadores, verdadeiros alienados, que mereciam ir para Rilhafoles. As suas cabeças cretinizantes, onde já falta um parafuso, criam fantasmas gigantescos, que descem em vez de subir. Exercício escabroso; ginástica especiosa. Passem, grotescos aldrabões. Façam favor de se retirarem da minha presença, fabricantes à dúzia de enigmas proibidos, onde eu dantes não percebia, como percebo hoje à primeira, a charneira da solução frívola. Casos patológicos de um egoísmo formidável. Autómatos fantásticos: apontai a dedo um ou outro, meus filhos, o epíteto que os põe no seu lugar.»
Conde de Lautréamont. Cantos de Maldoror. Trad. Pedro Tamem. Prefácio Jorge de Sena, 2ª edição, Moraes Editores,Lisboa, 1979, p. 271
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