segunda-feira, 7 de março de 2011

da enciclopédia chinesa que se intitula: Empório celestial de conhecimentos benévolos

«Nas suas remotas páginas está escrito que os animais se dividem em (a) pertencentes ao Imperador, (b) embalsamados, (c) amestrados, (d) leitões, (e) sereias, (f) fabulosos (g) cães soltos, (h) incluídos nesta classificação, (i) que se agitam como loucos, (j) inumeráveis, (k) desenhados com um finíssimo pincel de pêlo de camelo, (l) etcétera, (m) que acabam de quebrar o vaso, (n) que de longe parecem moscas.»



O trecho é citado por Foucault como fonte de inspiração na abertura de As Palavras e as Coisas

7 comentários:

  1. Lembraste-me a Orbis Tertius do Borges e o segundo volume de poética do Aristóteles - um tratado que versava sobre o riso - livro que só de facto existiu num mosteiro medieval construído pelo Umberto Eco.
    ( Não é a literatura a arte da sublimação ? )


    :-)

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  2. ;)

    às vezes tenho pena de não ter uma sala cheia de livros velhos (na mesa, nas cadeiras, nos sofás, no chão, ao lado da lareira ...) e poder passar pela 'arte da sublimação' em percorrer as folhas simplesmente.

    Há tantas coisas sublimes...em livros improváveis. Podem ser livros sobre a vida selvagem, de tribos, de plantas, de riso...


    Há um livro do Aquilino Ribeiro, o Romance da Raposa, que me faz sempre rir com as travessuras 'doces' da trama; e, gosto disso, de me rir também quando leio. Rir-me com o improvável, com o delicioso absurdo e poesia das coisas, com a inteligência mordaz das palavras.

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  3. A minha casa é por enquanto arrendada , trouxe os livros de um barco que entretanto vendi , não são muitos mas vão ocupando espaço , às vezes quando ando pela casa à noite lembro me mentalmente onde é que cada um se encontra , mas sim , estão pelas mesas , pelas estantes , na mesa da cozinha , no boudoir do quarto... vivo mesmo de sublimação..rs...o romance da raposa é impagável , eu ainda faço parte dessa geração feliz que tinha o Aquilino como leitura obrigatória nos anos de liceu...

    ;-)

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  4. Acalento o sonho de ter uma casa minha no campo, com os livros e essas coisas como companhia.

    Há tantas coisas que desapareceram da nossa cultura escolar, que é uma pena.

    Mas há que reunir a manada e parir cada vez mais cordeirinhos...e anda tudo para o adormecido e, mal abrem uma pestana agarram-se a hinos demagógicos...enfim: é o berçário que temos.

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  5. Lembrei me de outro , que emparelha com o romance da raposa , também fazia parte da leitura obrigatória...Constantino ,0 guardador de vacas...já o leste ?

    ( eu tenho uma casa junto a uma montanha ( por ironia não vivo lá ) , é curioso que o digas , dei me conta onde guardo muito do meu espólio , falta-me ainda o tempo para inventariar...)

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  6. « Eu via imagens que surgiam do canto direito dos pés da cama , castelos , casas , animais , cavalos com cavaleiros, ervas.árvores,instrumentos musicais, teatros,homens variadamente vestidos , sobretudo trombeteiros que tocavam as suas cornetas, sem que se ouvisse som nem voz , e depois soldados , gente, campos, , formas jamais vistas antes , selvas e bosques , um acervo de coisas que corriam sem se confundirem mas como se se empurrassem . Figuras diáfanas a que faltava só a côr para se poderem dizer perfeitas e que no entanto não eram feitas só de ar . Divertiu-me tanto a observar estes milagres que uma vez a minha tia me perguntou " O que estás a ver ? " e eu calei-me temendo que se falasse , a causa daquela pompa , fosse qual fosse , poderia ofender-se e tirar-me a festa .» ( Jerónimo Cardano , o livro da infância )

    Lembrei me disto para terminar , vou tirar o resto do dia sem literatura .

    ;-)

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  7. Olhe eu com dinheiro comprava-lhe a casa com os livros ahahhahahahhah.


    Eu como comecei a ganhar juízo há pouco mais de um ano, vou como a tartaruga no 'recuperar' das leituras. A ver se leio esse.

    Gosto de literatura infantil que também serve perfeitamente aos adultos. Gosto do Aquilino nessa vertente, e, acho que é difícil e árduo escrever bem para os pequeninos. Mas há quem ache que não, e, abundam as baboseiras no mercado. É por isso que se tivesse um filho, lhe dava a conhecer o imaginário que partilhou.

    Obrigada.

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