Clepsidra

Na minha Alma há um balouço Que está sempre a balouçar --- Balouço à beira dum poço, Bem difícil de montar... - E um menino de bibe Sobre el...

Quando eu morrer batam em latas, Rompam aos saltos e aos pinotes, Façam estalar no ar chicotes, Chamem palhaços e acrobatas! Que o meu caixã...

Mário de Sá-Carneiro .  Mistério.  Edição Alma Azul. Coimbra, Maio 2007., p. 44

«Ah, que me metam entre cobertores, E não me façam mais nada!... Que a porta do meu quarto fique para sempre         fechada, Que não se abr...

 «É que, na infância, não possuímos ainda o sentido da impossibilidade; tanto podemos cavalgar um leão como uma abelha...» Mário de Sá-Carne...

  Mário de Sá-Carneiro .  Mistério.  Edição Alma Azul. Coimbra, Maio 2007., p. 16

 «Simplesmente amava uma vida despida de tudo quanto nela o nauseava. Ora o que o nauseava era precisamente a vida de todos e de todos os di...

 « (...) Que tristeza!...E via-se alguém que atravessasse uma ponte transportando um fardo precioso e que, por não ter mais forças para o ca...

 «Muitas vezes o artista, para remédio da sua angústia, pensava no suicídio.» Mário de Sá-Carneiro .  Mistério.  Edição Alma Azul. Coimbra, ...

«Deitou-se logo, e antes de adormecer, pensou ainda: ''Todo o meu sofrimento provém disto: sou um barco sem amarras que vai bêbado a...

 «Porque era a sua vida desolação tamanha? Precisamente porque a sua vida era uma existência parada de corpo e alma e corpo - uma existência...

  Mário de Sá-Carneiro .  Mistério.  Edição Alma Azul. Coimbra, Maio 2007., p. 3

«A sua dor era tão grande que pondo a mão na sua fronte sentida todo o seu esqueleto.» Mário de Sá-Carneiro .  Mistério.  Edição Alma Azul. ...

«(...) Numa obsessão, no seu cérebro imaginoso, o seu cérebro literário, logo começou a tra- balhar essa ideia - depressa fantasiando um hom...

7 Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio: Pilar da ponte de tédio Que vai de mim para o Outro. Mário de Sá-Carneiro

ALÉM-TÉDIO Nada me expira já, nada me vive --- Nem a tristeza nem as horas belas. De as não ter e de nunca vir a tê-las, Fartam-me até as co...

Perdi-me dentro de mim Porque eu era labirinto E hoje, quando me sinto. É com saudades de mim. Passei pela minha vida Um astro doido a sonha...

Sá-Carneiro

«Foi à tarde. Deviam ser quatro horas. Escrevera o meu último verso. Dirigi-me para o meu quarto. Por acaso olhei para o espelho do guarda...

OBRA POÉTICA DE MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO, Europa América, 1996 «Beijar!» linda palavra!… Um verbo regular Que é muito irregular Nos tempos e ...