Clepsidra

«O mar é grande, inesgotáveis são também os desertos, e não se sofre melhor longe destes lugares...?» Negras colinas Thomas Bernhard . Na Te...

Eu vou lá gritar, gritar bem alto e chamar o meu pai e apresentar uma confissão, levantar-me no fogo e meter as minhas mãos em chamas na gar...

Morro diante o Sol e diante o vento e diante as crianças que disputam o cão, morro numa manhã que não pode vir a ser nenhum poema; só triste...

Onde eu ontem dormi é hoje dia de descanso. Em frente da porta estão empilhadas as cadeiras e nenhuma das pessoas a quem pergunto por mim me...

São vermelhos os montes e os meus irmãos andam no meu cérebro, como se Jesus não tivesse sido crucificado à luz das estrelas, que não têm me...

III Se eu pudesse dizer quantas vezes quis morrer esta noite, morrer sem salmo e sem mãe nem pai, morrer como os animais que sufocam, encurr...

V Mas que encontrei eu na minha capital? A morte com a sua boca de cinzas, aniquiladora, sede e fome, que repugnava, porém, à minha própria ...

(...) «Vós não dizeis nada, porque estais demasiado doentes para dizer o que tem de ser dito, o que faz tão tristes estes montes e este nasc...

Por trás das árvores há um outro mundo, o rio traz-me as queixas, o rio traz-me os sonhos, o rio fica silente quando eu, à noite, nas flores...

«O meu coração está cada vez mais negro, porque de asas negras se encontra coberto.» Thomas Bernhard . Na Terra e no Inferno . Trad. e intro...

Que farei quando nenhum palheiro mendigar para a minha existência, quando o feno arder em aldeias húmidas, sem coroar a minha vida? Que fare...

«Só há sombras onde eles misturavam água no mel e vendiam vacas doentes a cidades cinzentas e obscuras, onde roubavam às mães a erva e a vid...

Vi a Terra imperecível como o Sol quando regressei ao sono, em busca do meu pai, que trouxe a mensagem do último vento à minha miserável con...

Nas arcas negras da terra dos camponeses está escrito que eu terei de morrer no Inverno, abandonado pelos meus sóis e pelo sussurro dos bald...

Amanhã é o dia dos fantasmas. Vão erguer-se como pó e desatar às gargalhadas. Amanhã é o dia dos fantasmas, que caíram na terra das batatas....

« (...)Com um grande esforço, mesmo com desespero, Bernhard procura conquistar um papel de poeta e um mundo poético que sugere a mortalidade...