Partimos. Vamos para o Outono,
uivando, chorando, perseguindo-nos,
dois falcões de asas desfalecidas.
Traz novos ladrões consigo Verão,
batem asas novas de falcão,
assanham-se combates de beijos.
Voamos do Verão, acossados voamos,
paramos, algures, no Outono,
penas eriçadas, com amor.
Estas as nossas últimas núpcias:
laceramos a carne um ao outro
e caímos nas folhas de Outono.
Ady Endre in Antologia da Poesia Húngara. Selecção e tradução de Ernesto Rodrigues. Âncora, Lisboa, 2002., p. 105
Sem comentários:
Enviar um comentário