Depois da chuva, na montanha vazia,
a frescura do entardecer anunciando o Outono.
Os pinheiros filtrando raios de luar,
um arroio de cristal brincando sobre as pedras.
Os bambus sussurrando, as lavadeiras regressando,
os lótus ondulando, a barca do pescador oscilando.
Pouco a pouco esvai-se o perfume da Primavera.
Sim, como conservá-lo?
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Os pinheiros, verdes todo o ano, as pedras, imutáveis, evocam a permanência,
a longevidade, enquanto o luar e as águas a correr simbolizam a imaterialidade
das coisas. Em Wang Wei tudo se entrelaça.
Clássicos Chineses. Poemas de Wang Wei. Tradução, prefácio e notas de António Graça de Abreu. Instituto Cultural de Macau, 1993, p. 135
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