domingo, 1 de dezembro de 2024

 Quero-o com o sangue, com o osso,
Com o olho que olha e a respiração,
Com a testa que inclina o pensamento,
Com este coração quente e preso,
Com o sono fatalmente obcecado
Desse amor que me copa o sentimento,
Desde o riso breve até o arrependimento,
Da ferida bruxa ao beijo dela.
Minha vida é da sua vida tributária.
Quer pareça tumulto ou solitário,
Como uma única flor desesperada.
Depende dele como do tronco duro.
A orquídea, ou qual a hera sobre a parede,
Que só nele respira levantada.
Como uma única flor desesperada,

Joana de Ibarbourou

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