terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

A ESCADA DE JACOB

 Aprisionada à terra,
não seria bom ir também
para o céu? Vivo
no jardim de uma senhora. Perdão, minha senhora,
a saudade destruiu-me a graça. Não sou
o que esperava. Mas
tal como homens e mulhres parecem
desejar-se, assim desejo eu
saber dos céus - e chega agora
a senhora com o seu lamento, estame nu
alcançando a janela que dá para a varanda. 
E no final, o quê? Uma pequena flor azul
como uma estrela. Nunca
deixar o mundo! Não é isto 
o que dizem as suas lágrimas?

Louise Glück. A Íris Selvagem. Tradução Ana Luísa Amaral. Relógio D'Água. 1992., p. 53

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