domingo, 14 de junho de 2020




«; e a vila, que não tinha por costume festejar o filho pródigo, a ele, sim senhor, rendia-se-lhe à sua madracice fantasista, ao seu instinto da gentileza com um grão de insolência.

- Toma, mandei-a vir de Lisboa. Como agora não há rosas... - dizia, com uma suavidade experiente e ambígua de menino de coro, estendendo-lhe a caixa de plástico transparente em cujo fundo dormia uma orquídea roxa e amarela.» 
 Tinha uma palheta de ouro no fundo dos olhos pretos. E era esse  misto de candura e cinismo, só para ela, o que mais a prendia àquele rapaz confessamente egoísta e leviano »

Urbano Tavares Rodrigues. Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 50

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