Elas são as Mães, essas mulheres que Goethe pensa estarem fora do tempo e do
espaço, anteriores ao Céu e ao Inferno, assim velhas, assim terrosas, os olhos
perdidos e vazios ou vivos como brasas assopradas. Solitárias ou inumeráveis, aí as
tens na tua frente, graves, caladas, quase solenes na sua imobilidade, esquecidas de
que foram o primeiro orvalho do homem, a primeira luz. (p. 95)
Eugénio de Andrade
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