«(...)chama particular atenção à precária condição das
mulheres de origem africana: como negras, as escravas eram submetidas a todo
tipo de práticas disciplinares e punitivas, por exemplo, com chibatadas, privações e mutilações. Além disso, como mulheres, estavam suscetíveis a estupros
e abusos sexuais cotidianos, como parte do expediente de apropriação material
e econômica de seus corpos, levada a termo por seus possuidores legais. Como
a autora observa, quando era lucrativo explorá-las como se fossem homens, as
escravas eram tratadas como se não possuíssem um gênero (genderless), sendo
alocadas para realizar os serviços mais árduos, degradantes e penosos. Não
obstante, quando elas podiam ser exploradas, punidas e reprimidas de formas
cabíveis somente às mulheres, elas permaneciam compulsoriamente reféns de
suas funções “naturais” de “fêmeas”. »
sobre Angela Davis.
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