O INOMINÁVEL
Nunca
dos nossos lábios aproximaste
o ouvido; nunca
ao nosso ouvido encostaste os lábios;
és os silêncio,
o duro espesso impenetrável
silêncio sem figura.
Escutamos, bebemos o silêncio
nas próprias mãos
e nada nos une
- nem sequer sabemos se tens nome.
ANDRADE, Eugénio de – Poesia. 2ª ed. Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 2005, p. 497
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