domingo, 3 de novembro de 2019

O INOMINÁVEL

Nunca
dos nossos lábios aproximaste
o ouvido; nunca
ao nosso ouvido encostaste os lábios;
és os silêncio,
o duro espesso impenetrável
silêncio sem figura. Escutamos, bebemos o silêncio
nas próprias mãos
 e nada nos une
- nem sequer sabemos se tens nome.

ANDRADE, Eugénio de – Poesia. 2ª ed. Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 2005, p. 497

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