« Que linguagem cabalística! - gracejou Mélita. - Fazes-me lembrar o senador do nosso hotel, que todas as noites amarra um chumbinho a cada fio da barba e dorme sentado para não perder o ar catedrático durante o sono. Ofendi-te? Perdoa-me. Quando me conheceres melhor compreenderás. Adoro os ingénuos. E procuro-os, nas minhas vagabundagens: mas encontro poucos. Às criaturas excepcionais tornam-se tão comuns que encontrar um ser comum é caso excepcional: todos tomam ares de complicados, de cépticos. Os cépticos divertem-se por um momento; mas depois do primeiro paradoxo não os tolero mais.»
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