«Entre todos os quadros piedosos observados nas minhas breves excursões pelo mundo, um só me dá prazer: ver as virgens envelhecerem, deteriorarem-se, acabarem-se à espera vã de um hipotético marido, como acontece ao avarento que fica de tanga porque um belo dia as suas moedas não têm valor.
A mulher de teatro dignou-se a sorrir.
-Pois a mim fazem pena - confessou melancolicamente - , e bem que eu pergunte a mim mesma se são mais de lamentar as velhas solteironas que, para pegar de armadilha um marido, nunca se entregaram a ninguém, ou aquelas que, por se entregarem todas as vezes que tinham desejos, não conseguiram nunca arranjar marido.»
Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.8
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