«Conheceríamos uma era em que teríamos já desistido ou teríamos de desistir de tentar imaginar ou
desejar um rosto para o futuro. Esta situação dever-se-ia a um medo que inibe a própria imaginação
e de que padeceríamos para além de todo e qualquer pessimismo individual ou grupal. E contudo se
não houver futuro, se não tivermos futuro, seremos como dizia o outro, "cadáveres adiados que
procriam". (…) Ora nós precisamos do futuro como do ar que respiramos. (…) Aliás, a tese sobre o
"fim da história" começa por ser uma história mal contada e, mais do que um diagnóstico, representa
uma tentativa de eternização de um presente reduzido e um bloqueamento do futuro por esgotamento
dos possíveis.»
Manuel Gusmão
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